Roteiro completo: praias, mergulho, ilhas e imprevistos entre Phuket, Ko Phi Phi e Krabi
Por Pedro, do blog Roteiros Autênticos
Viagem realizada de 07 a 12 de março de 2025
🛬 07/03 – Chegada a Phuket à noite
Após dias intensos entre templos e tuk-tuks no Camboja, cruzamos fronteiras e céus para aterrissar na caótica e vibrante Phuket. Era noite. O calor pegajoso do início de março nos envolveu como um cobertor úmido. O cheiro de mar e gasolina de long tail boats pairava no ar. Pegamos um Uber até Kata Beach, onde ficava nosso hotel — 1h15 até lá, entre buzinas, colinas e palmeiras.
Dica: Phuket não é uma ilha pequena. Cada praia tem sua vibe, sua distância e seu tempo de deslocamento. Escolher onde ficar é quase tão importante quanto escolher quando ir. Março é quente, abafado e lotado. Mas é também quando o mar se mostra azul-turquesa sem hesitação.
🌅 08/03 – Kata Beach + James Bond Island Tour
Manhã
O primeiro banho de mar em Kata foi quase um ritual: para tirar o peso da viagem, ajustar o relógio interno e lembrar que estávamos na Tailândia. A praia tem boa estrutura e, mesmo com turistas, ainda preserva certo charme.
Tarde: Tour de luxo até James Bond Island
À tarde, fomos para um dos passeios mais esperados. Escolhemos um iate de luxo, com poucas pessoas e tudo incluso. Uma escolha que refletiu não só conforto, mas uma experiência sensorial completa.
🔗 Empresa do passeio: GetYourGuide – James Bond Island
Duração: 6 a 8 horas
Inclui: lancha rápida, jantar, caiaque em cavernas, guia
Preço médio: 1.500 a 2.500 THB (40 a 70 USD)
Reserva: recomendada online
Chegamos à James Bond Island ao entardecer — e ela estava só nossa. O sol dourado transformava o mar em espelho. No retorno, passamos por cavernas em caiaque. Só o som da água e dos pássaros quebrava o silêncio. Um pôr do sol como esse não se registra. Se vive.
Noite: um contratempo com gosto amargo
Voltamos exaustos, prontos para dormir. Foi quando notamos: o iPad antigo havia sumido. O staff não ajudou. Fomos à delegacia. Lá, por um acaso suspeito, achamos um post no Facebook dizendo que o aparelho havia sido “achado” em uma praia que nunca visitamos. Após comprovarmos que era nosso, enviamos um Uber para recuperar. E, claro, houve uma recompensa informal. Moral da história: cadeado na mala, sempre. Até dentro do quarto.
🌄 09/03 – Ferry até Ko Phi Phi: enjoo, suco e silêncio
Escolhemos o ferry por causa da bagagem — a lancha cobra por excesso. Mas se você enjoa fácil, prepare-se. Tomar um remédio e um café leve é fundamental. O barco balança, e muito.
Duração: ~2h
Dica: compre ida e volta antecipada. Sai mais barato e evita dor de cabeça.
Chegando a Ton Sai Pier, fomos recebidos por dezenas de carrinhos de mão. Nosso hotel era perto, então caminhamos. Uma cena pitoresca: turistas sendo levados por trilhas improvisadas entre becos e areia.
Hotel: Phi Phi Banyan Villa. Café da manhã com vista para o mar e uma das melhores academias da ilha.
🥾 Trilha de Ton Sai até Viking Beach: o paraíso escondido
Naquela tarde decidimos explorar a ilha a pé. A trilha nos levou por Long Beach, Love Beach e até a isolada Viking Beach — a nossa favorita. Quase deserta, com um bar do resort onde cadeiras na areia criavam o cenário de uma praia privativa. A água parecia aquário: parada, cristalina, azul.
Dica prática: leve dinheiro vivo. Muitos lugares não aceitam cartão. Fora do centrinho, caixas eletrônicos são raros.
Dica econômica: a 7-Eleven (rede japonesa, não americana) é um oásis de comida e bebida com preços justos. E prove os sucos: manga, coco e maracujá são obrigatórios.
🌌 10/03 – Dormir no mar: Maya Bay Sleep Aboard
A experiência que marcou a viagem: passar a noite em um barco, ancorado na lendária Maya Bay.
🔗 Empresa: Maya Bay Sleep Aboard
Inclui: jantar, snacks, café da manhã, snorkeling, caiaque, jogos noturnos, colchonete, travesseiro e céu estrelado.
À noite, nadamos com plânctons bioluminescentes — um brilho sutil a cada movimento. Flutuávamos em silêncio, sob a lua cheia, como se o mar estivesse vivo.
Dormimos no deck, embalados pelo barulho das ondas. Acordamos antes do sol nascer. Maya Bay ainda era nossa — por pouco tempo. Turistas chegavam em lanchas rápidas, mas tínhamos os primeiros 30 minutos em relativa solidão.
Voltando, paramos na Monkey Island. Os macacos apareceram, curiosos e atrevidos. Aviso: não os subestime. Nada de objetos brilhantes. Nada de comida à mostra.
🤿 11/03 – Mergulho com cilindro: vida marinha e tubarões
O mergulho com a The Adventure Club foi uma aula de biologia marinha viva. Vimos corais em movimento, peixes de todas as cores e tubarões pequenos que nadavam como se nos ignorassem.
Duração: quase o dia inteiro.
Requisitos: assistir a vídeos, responder questionários. Guias falam vários idiomas, inclusive português.
No primeiro ponto, vida abundante. No segundo, profundidade maior e mais corais. Após o mergulho, almoço a bordo e uma sensação de plenitude.
Finalizamos com o pôr do sol em Loh Dalum Beach. Jantar no Garlic 1992, restaurante que resistiu ao tsunami. Pequeno, lotado, autêntico. Chegue cedo.
🚤 12/03 – Ferry até Railay Beach (Krabi): o melhor hotel da viagem
Chegamos a Railay Beach, onde o Railay Bay Resort & Spa superou todas as expectativas. Ele conecta as duas faces da península — leste e oeste. Um paraíso entre rochas e silêncio.
À noite, o centrinho minúsculo ganha vida com bares e restaurantes. O clima lembra muito a Praia do Rosa ou Santa Teresa na Costa Rica. Boa vibe, boa comida, boas conversas.
13/03 – Tour das 4 Ilhas: areia branca, galinha de pedra e parque natural
Saímos cedo em um long tail boat:
- Tub Islands: faixa de areia liga ilhas na maré baixa. Visual de capa de revista.
- Chicken Island: parece uma galinha, sim. Mas o visual ao redor é o verdadeiro prêmio.
- Poda Island: parque natural com praias mais vazias do outro lado da trilha.
Taxa ambiental: paga-se em espécie. Nada de cartão aqui.
Dica: vá cedo e volte antes das 13h para aproveitar o resto do dia.
Leve: roupa de banho, protetor solar, canga, chapéu, óculos escuros, celular, dinheiro vivo.
DICA DE OURO: o pôr do sol em Railay é inesquecível. Mas o nascer do sol… é surreal. Assistimos dois. Do píer leste, o mundo silencia. Só luz, céu e mar acordando juntos.
Se a Tailândia nos ensina algo, é isso: estar presente. O paraíso exige atenção. E disposição para o imprevisto.